João Ramos do Nascimento (Cachoeira BA ? -- Salvador c. 1970). Célebre capoeirista do bairro de Liberdade, cujo nome vem associado ao de Mestre Waldemar da Paixão. Como o seu camarada, Traíra manteve-se muito discreto sobre a sua vida. Podem vê-lo no filme Vadiação de Alexandre Robatto (1954), tocando berimbau e fazendo demostrações de movimentos em frente à câmara.
Mais ou menos nessa época, o ator Roberto Batalin grava a capoeira de mestre Traíra, com a participação de Gato, já conhecido como tocador de berimbau, e a visita du célebre mestre Cobrinha Verde. Com o auxílio de vários artistas famosos, Augusto Rodrigues, Carybé, Salomão Scliar, Marcel Gautherot, José Medeiros, e de Dias Gomes, quem escreve um texto introdutivo, Roberto Batalin edita as suas gravações em disco LP, com álbum de 16 páginas de textos e fotos, na casa Xauã, no Rio de Janeiro, que lança assim o seu segundo disco de folclore brasileiro.
Seja porque a primeira edição tivesse sido muito limitada, ou porque depois do golpe militar de 1 de Abril 1964, o nome de Dias Gomes, demitido do seu posto na Rádio Nacional e cujas peças estão interditadas, não prestava mais para vender discos, uma segunda capa, muito mais simples, foi logo realizada. Na mesma época, a J.S. Discos lança o Curso de Capoeira Regional de Mestre Bimba; portanto ficou útil precisar, Capoeira da Bahia -- Mestre Traíra. Esta segunda edição, ou segunda apresentação, ficou, afinal, mais conhecida do que a primeira.
Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: “Traíra, um cabloco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrana Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade”.
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