Associação Desportiva e Cultural Grupo Cativeiro de Capoeira - Porto Alegre RS

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Nele você encontra os eventos de capoeira promovidos pelo
Grupo Cativeiro, bem como informações sobre a capoeira em Porto Alegre e no mundo todo.

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AULAS

Mestre Betinho
Rua Timbaúva, 21. Bairro Jardim Protásio Alves
3ªs e 5ªs feiras - 17h as 22h

Professor Rafael Tassinari
3ªs e 5ªs - 19h as 21h - Local: Clube de mães Casa Branca, Morro Santana.


BERIMBAUS E ACESSÓRIOS À VENDA - PRONTA ENTREGA!!

Rafael (51) 9152-0496

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Série Mestres da Capoeira

Bom dia, capoeiras!
Hoje estamos começando uma série de postagens de antigos mestres de Capoeira. Com base em documentos encontrados na internet vamos aqui fazer uma apresentação de antigos mestres de capoeira, difusores da arte pelo mundo afora. Gostaria muito de poder creditar aqui aos "mestres dos mestres", mas o anonimato só nos permite deixar aqui o nosso MUITO OBRIGADO a todos os anônimos mestres da Capoeira Primitiva e verdadeira, que hoje se desdobra em modalidades duvidosas mas que, ainda assim, são em sua essência "capoeira".
Bem começamos então com Mestre Pastinha, patrono da Capoeira Angola.



Mestre Pastinha: Vicente Joaquim Ferreira Pastinha nasceu em Salvador a 5 de abril de 1889, filho do espanhol José Señor Pastinha e de Dona Maria Eugênia Ferreira. Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de Salvador e sua mãe, uma negra natural de Santo Amaro da Purificação, que vivia de vender acarajé e de lavar roupa para famílias mais abastadas da capital baiana.




No prefácio do livro publicado em 1964, intitulado “Capoeira Angola”, de autoria de Pastinha, José Benito Colmenero afirma que Pastinha teve como mestre de capoeira um negro angolano chamado Benedito, que, ao ver o menino pequeno e magrelo apanhar de um garoto mais velho, teria resolvido ensinar-lhe a Capoeira.


Durante três anos, Pastinha teria passado tardes inteiras num velho sobrado da Rua do Tijolo, em Salvador, treinando a movimentação da arte: meia-lua, rasteira, rabo-de-arraia, etc. Ali teria aprendido a jogar com a vida e a ser um vencedor. Mas a maioria dos capoeiristas que o conheceram afirma que seu mestre foi Aberrê.


Viveu uma infância feliz, porém modesta. Durante as manhãs freqüentava aulas no Liceu de Artes e Ofício, onde também aprendeu pintura. À tarde, empinava pipa e jogava Capoeira. Aos treze anos era o moleque mais respeitado e temido do bairro. Mais tarde, seu pai, que não gostava da vadiagem do moleque, matriculou-o na Escola de Aprendizes Marinheiros. Conheceu os segredos do mar e ensinou aos colegas as manhas da Capoeira.


Aos 21 anos, voltou para o centro histórico, deixando a Marinha para se dedicar à pintura e exercer o ofício de pintor profissional. Suas horas de folga eram dedicadas à prática da Capoeira, cujos treinos eram feitos às escondidas, pois no início do século esta luta era crime previsto no Código Penal da República.


Em fevereiro de 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, no casarão n.º 19 do Largo do Pelourinho. Esta foi sua primeira academia-escola de Capoeira. Disciplina e organização eram regras básicas na escola de Mestre Pastinha, e seus alunos sempre usavam calças pretas e camisas amarelas, cores do Ypiranga Futebol Clube, time do coração de Mestre Pastinha.


Aos 84 anos, muito debilitado fisicamente e quase cego, deixou a antiga sede da Academia para morar num quartinho velho do Pelourinho, com sua segunda esposa, Dona Maria Romélia; a única renda financeira que tinha era a dos acarajés que sua esposa vendia. Morreu aos 92 anos, cego e paralítico, no abrigo D. Pedro II, em Salvador, numa sexta-feira, 13 de Novembro de 1981, vítima de uma parada cardíaca.


Pequeno e notável em sua arte, Mestre Pastinha nos deixou seus ensinamentos de vida em muitas mensagens fortes e inesquecíveis como esta:


"Ninguém pode mostrar tudo o que tem. As entregas e revelações tem que ser feitas aos poucos. Isso serve na Capoeira, na família e na vida. Há momentos que não podem ser divididos com ninguém e nestes momentos existem segredos que não podem ser contados a todas as pessoas."


Pastinha foi “o primeiro capoeirista popular a analisar a capoeira como filosofia e a se preocupar com os aspectos éticos e educacionais de sua prática” [1]. Pastinha foi uma das figuras mais queridas de toda a Salvador, por sua extrema devoção à capoeira. Mesmo depois de idoso, jogava capoeira como um jovem exímio, executando sua movimentação com perfeição e agilidade. De Mestre Pastinha, já disseram ser...


“o guardião da liberdade de criação,


da inocência dos componentes lúdicos,


da beleza da coreografia...


... o gênio que desvendou


em palavras simples e puras


os aspectos místicos da capoeira.


Será sempre simbolizado pela ‘Chamada’,


com que arrefecemos o calor da disputa


entre vontades que se contrapõem.


A Mão Amiga estendida para o Alto,


lembrando...


...Somos todos Irmãos à luz do MESTRE


A Paz entre os Capoeiristas de Boa Vontade."


MESTRE DECÂNIO, A Herança de Mestre Pastinha, Coleção São Salomão, Salvador, 1996.


Textos e fotos retirados do site: http://www.capoeiradobrasil.com.br/


Na próxima postagem: Mestre Bimba!
Até amanhã!

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